“E daí?” a banalização da morte como uma herança bolsonarista

“So what?” the trivialization of death as a bolsonarist legacy

Autores

  • Eliezer Reis Vicente Universidade Federal de Goiás

Palavras-chave:

Biopolítica, Necropolítica, Banalização da morte, Bolsonarismo

Resumo

Marcados por uma forte recessão econômica em um contexto ainda pandêmico, expressa-se uma profunda desigualdade social existente no país, que tem explicitado um conjunto de diferentes tecnologias de poder que já se encontravam em exercício no Brasil e que foi fortemente autorizado pelo discurso sádico do presidente Jair Messias Bolsonaro, que também segue evidenciando deslocamentos no modo como a biopolítica, neoliberalismo e necropolítica se articulam entre nós. Um projeto político do Bolsonarismo, de um estado autoritário, que naturaliza o uso da força e da violência, instigando-nos a problematizações que utilizaremos das teorizações foucaultianas e da teoria de morte elucidada por Achile Mbembe com o objetivo de interrogar o(s) modo(s) como se estabelecem as relações entre a vida e morte na política brasileira, pois parece-nos que há uma autorização simbólica que matar é aceitável e que, de qualquer forma, um dia a morte chega. “E daí?”.

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Biografia do Autor

Eliezer Reis Vicente, Universidade Federal de Goiás

Mestrando do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias (PPG-IELT/UEG). Graduado em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal de Goiás (UFG/RC). Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

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Publicado

2023-01-02

Como Citar

REIS VICENTE, Eliezer. “E daí?” a banalização da morte como uma herança bolsonarista: “So what?” the trivialization of death as a bolsonarist legacy. Aquila, [S. l.], n. 28, p. 135–150, 2023. Disponível em: https://ojs.uva.br/index.php/revista-aquila/article/view/297. Acesso em: 24 out. 2025.

Edição

Seção

Artigos de Temática Livre