Gustavo Barroso: por um Brasil antijudaico, autoritário e anticomunista (1932-1937)
Gustavo Barroso: por um Brasil antijudaico, autoritário e anticomunista (1932-1937)
Palavras-chave:
Gustavo Barroso, Judeu, AIB, Liberalismo, BrasilResumo
As décadas 1920 e 1930 foram de agitação política, ideológica e social, no Brasil. O liberalismo em crise, o cenário de corrupção representado pelas oligarquias, movimentou ideólogos afinados com a direita ou à esquerda, em menor grau, saindo em defesa de uma sociedade sem estado. Nessa ótica, figuras de direita e de esquerda mostravam suas posturas para o Brasil do porvir. Gustavo Barroso foi uma das figuras significativas dessa época, militante da AIB, escritor, e bem relacionado, tanto no campo das letras como da política. Representante dos setores conservadores, Barroso foi o único integralista que saiu à caça do judeu, destilando ódio, fazendo apelo racial, defendendo até a eliminação desse grupo. Católico, representante dos setores conservadores, Barroso será o único integralista a defender a eliminação da figura do judeu, recorrendo à autores racistas, que embasaram o nazismo. Escrevendo 11 livros voltados diretamente contra o judeu, Barroso responsabiliza-o pelos problemas do mundo, por ser uma figura sem amor à pátria, que só se preocupa em lucrar, que não se mistura, e o mais grave, assassinou Jesus Cristo. Afinado com alguns setores da direita, o Brasil almejado por Barroso era a de uma democracia social cristã, em que o judeu não participava.
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Referências
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