ART Do flaneur ao taxista: o Rio de Janeiro através do olhar de Vário do Andaraí
From the flaneur to the taxi driver: Rio de Janeiro through the eyes of Vário do Andaraí
Abstract
Quando – com Baudelaire – surge o flaneur como personagem/narrador, constata-se que a metrópole
se tornou tão complexa que é possível encontrar nela a multiplicidade de ambientes/eventos que antes
só era possível nas narrativas de viagem que caracterizavam as epopeias. Desde então, diversos
autores exploraram essa potencialidade literária. É o caso de João do Rio, que – em A alma
encantadora das ruas – retrata a capital da República nos primeiros anos do século passado, período
marcado pela reestruturação urbana promovida pelo prefeito Pereira Passos. Mais de cem anos se
sucederam e, após viver outros ciclos de reforma e decadência, o Rio de Janeiro seria retratado num
livro de crônicas a partir de outra perspectiva. Em A máquina de revelar destinos não cumpridos, o
taxista Vário do Andaraí relata experiências que acumula – na convivência com os passageiros e nos
caminhos que percorre – ao guiar seu carro, a Viatura 055, pelas ruas da metrópole. O objetivo deste
trabalho é traçar um paralelo entre a cidade que surge através do olhar desse narrador motorizado e as
impressões externadas pelo flaneur, enquanto caminha, mergulhado na multidão.
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