ART A passionalização do verso drummondiano na canção de Belchior: um estudo de tradução intersemiótica e adaptação
The Passionalization of Drummondian Verse in Belchior’s Songwriting: A Study on Intersemiotic Translation and Adaptation
Resumo
Em O Cancionista: composição de canções no Brasil, Luiz Tatit (1996, p.11) empreende um estudo
da dicção no cancionista brasileiro e anuncia que “compor uma canção é procurar uma dicção
convincente”. Para o teórico, a composição efetiva é um processo de eliminação da fronteira entre o
falar e o cantar, fazendo “da continuidade e da articulação um só projeto de sentido” (TATIT, 1996,
p.11). Tomando as categorias de tensões harmônicas da canção propostas por Tatit como ponto de
partida, propomos um estudo da canção de Belchior no seu esforço adaptativo da poesia de Carlos
Drummond de Andrade no álbum As Várias Caras de Drummond (2004). Para tanto, realizaremos
uma leitura – e audição – cerrada de seis dos trinta e um poemas selecionados por Belchior para
compor seu álbum: Sentimental, Cota Zero, Também já fui brasileiro, Arte Poética, Inocentes do
Leblon e Cidadezinha Qualquer. Quando possível, as técnicas entoativas do cancionista são
contrastadas com outras vocalizações dos títulos citados em sua condição de poemas. Tal exercício
nos possibilita discutir e destacar as técnicas eleitas por Belchior em suas adaptações, as marcas que
imprime sobre os poemas convertidos em letra de canção e a maneira como se consolida como coautor
da obra final apresentada em seu álbum. Além de Tatit, constituem o arcabouço teórico do presente
trabalho as produções de Antonio Cícero e José Miguel Wisnik no território dos estudos da canção, de
Paul Zumthor no campo da performance e de Linda Hutcheon no campo da adaptação.
Palavras-chave: Poesia Brasileira; Estudos da Canção; Adaptação; Tradução Intersemiótica.
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