Verliebtheit (enamoramento) em Psicologia das Massas: limites do objeto e reflexões clínicas

Verliebtheit (Being in Love) in Group Psychology: Object Limits and Clinical Reflections

Autores

  • Guilherme Secotte Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.61565/trivium.i1.383

Palavras-chave:

Freud, Psicanálise, Massa, Grupo, Enamoramento

Resumo

Esse artigo parte da observação da pequena recorrência ou do conciso emprego do conceito de Verliebtheit (traduzido como “enamoramento”) em publicações brasileiras recentes que abordam as massas à luz da teoria freudiana. Observamos que, dada a complexidade das massas e algumas questões inerentes ao conceito, fez-se um maior uso e desenvolvimento do conceito de identificação. Apresentamos e problematizamos o conceito de Verliebtheit, enfatizando a importância da figura do líder, a possibilidade deste ser substituído por outros objetos e a importância da organização para as massas. Também discutimos sua expressão clínica, seu potencial como modalidade de sofrimento e quais os desafios para o seu tratamento.

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Biografia do Autor

Guilherme Secotte, Universidade de São Paulo

Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo - USP.

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Publicado

2025-08-07

Como Citar

Secotte, G. (2025). Verliebtheit (enamoramento) em Psicologia das Massas: limites do objeto e reflexões clínicas: Verliebtheit (Being in Love) in Group Psychology: Object Limits and Clinical Reflections. Trivium - Estudos Interdisciplinares, (1), 014–026. https://doi.org/10.61565/trivium.i1.383