Inteligência artificial na escola pública: ancoragem, objetivação e desafios algorítmicos

Artificial intelligence in public schools: anchoring, objectification, and algorithmic issues

Autores

  • Júlio Araújo Universidade Federal do Ceará
  • Renan Gonçalves Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.61565/revista-aquila.i33.633

Palavras-chave:

Inteligência artificial, Representações Sociais, Ancoragem, Objetivação

Resumo

Este artigo analisa as representações sociais (RS) de professores da educação básica sobre a Inteligência Artificial (IA), buscando compreender como esse fenômeno é simbolicamente incorporado ao cotidiano escolar. A investigação foi realizada em três escolas públicas de Fortaleza e Caucaia (CE), por meio de técnicas clássicas da Teoria das Representações Sociais (Moscovici, 2001; 2007), como evocação livre de palavras, hierarquização e questionamento de termos. Os resultados apontaram “Tecnologia” e “Conhecimento” como elementos centrais da RS docente, enquanto “Internet”, “Pesquisa”, “Inovação” e “ChatGPT” ocuparam a periferia. Essa configuração revela processos de ancoragem, ao relacionar a IA a categorias já conhecidas do universo pedagógico, e de objetivação, ao materializá-la em símbolos concretos do uso cotidiano. A análise evidencia que, para os professores, a IA é vista como ferramenta de apoio ao aprendizado, mas também cercada de dúvidas e desafios éticos. O estudo reforça a necessidade de formação docente em letramento digital, de modo a promover um uso crítico e consciente da tecnologia. Além disso, sugere a continuidade de pesquisas sobre exclusões algorítmicas, à luz do conceito de necroalgoritmização, e sobre a dependência de estudantes em relação às IAs generativas, como questões centrais para o futuro da educação na era algorítmica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABRIC, J. C. Pratiques sociales et représentations. Paris: PUF, 1994.

ARAÚJO, J. Necroalgoritmização: notas para definir o racismo algorítmico. Campinas - SP: Mercado de Letras, 2025.

ARAÚJO, J.; FERREIRA, L. O que a EJA revela sobre a era algorítmica? Revista de Estudos de Cultura, São Cristóvão, v.11, n.27, p.83-108, jan./jun. 2025.

DIEB, M. H. Educação infantil e formação docente: um estudo em representações sociais. 2004. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2004.

JODELET, D. Representações sociais: um domínio em expansão. In: JODELET, D. (Org.). As representações sociais. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2001. p.17-44.

MOLINARI, A. C.; RAMOS, S. A formação inicial de professores em tempos de inteligência artificial: foco nas percepções dos formadores. Caderno de Letras UFF, v.35, n.69, p.65-89, 2024.

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 5.ed. Petrópolis: Vozes, 2007.

ROCHA, A. C. T. L.; GUIMARÃES, D. B. B. A representação social dos professores sobre as tecnologias digitais no contexto educacional. Revista Texto Livre, v.10, n.1, p.109-124, 2017.

Downloads

Publicado

2025-12-02

Como Citar

ARAÚJO, Júlio; GONÇALVES, Renan. Inteligência artificial na escola pública: ancoragem, objetivação e desafios algorítmicos : Artificial intelligence in public schools: anchoring, objectification, and algorithmic issues. Aquila, [S. l.], n. 33, p. 417–429, 2025. DOI: 10.61565/revista-aquila.i33.633. Disponível em: https://ojs.uva.br/index.php/revista-aquila/article/view/633. Acesso em: 29 dez. 2025.

Edição

Seção

Artigos de Temática Livre