“E daí?” A banalização da morte como uma herança bolsonarista

“So what?” The trivialization of death as a bolsonarist legacy

  • Eliézer Reis Vicente Universidade Estadual de Goiás
Palavras-chave: Biopolítica, Necropolítica, Banalização da morte, Bolsonarismo

Resumo

Marcados por uma forte recessão econômica em um contexto ainda pandêmico, expressa-se uma profunda desigualdade social existente no país, que tem explicitado um conjunto de diferentes tecnologias de poder que já se encontravam em exercício no Brasil e que foi fortemente autorizado pelo discurso sádico do presidente Jair Messias Bolsonaro, que também segue evidenciando deslocamentos no modo como a biopolítica, neoliberalismo e necropolítica se articulam entre nós. Um projeto político do Bolsonarismo, de um estado autoritário, que naturaliza o uso da força e da violência, instigando-nos a problematizações que utilizaremos das teorizações foucaultianas e da teoria de morte elucidada por Achile Mbembe com o objetivo de interrogar o(s) modo(s) como se estabelecem as relações entre a vida e morte na política brasileira, pois parece-nos que há uma autorização simbólica que matar é aceitável e que, de qualquer forma, um dia a morte chega. “E daí?”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eliézer Reis Vicente, Universidade Estadual de Goiás

Mestre em Educação, Linguagem e Tecnologias (PPG-IELT/UEG). Graduado em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal de Goiás (UFG/RC). Graduando em Pedagogia pelo Centro Universitário UniFatecie. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). E-mail: [email protected]

Referências

ABREU, Caio Fernando. Pequenas Epifanias. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2014.

ARENDT, Hannah. A condição humana. Trad. Roberto Raposo. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.

CÉSAIRE, Aimé. Discours sur le colonialisme suivi de Discours sur la Négritude. Paris: Éditions Présence Africaine, 1955 et 2004.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo/SP: Martins Fontes, 1999.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.

FOUCAULT. Michel. 1973 - Da Arqueologia à Dinástica. In: MOTTA, M. B. da (Org). Ditos e escritos IV: Estratégia, Poder-Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, p. 48-60, 2006.

FOUCAULT. Michel. 1975 - Entrevista sobre a Prisão: o Livro e o Seu Método. In: MOTTA, M. B. da (Org). Ditos e escritos IV: Estratégia, Poder-Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, p. 159-174, 2006.

FOUCAUL, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 7 ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.

GALEANO, Eduardo. O Livro dos Abraços. Porto Alegre: L&PM, 1995.

GARCIA, Gustavo; GOMES, Pedro Henrique; VIANA, Hamanda. ‘E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?’, diz Bolsonaro sobre mortes por coronavírus; ‘Sou Messias, mas não faço milagre’. G1, 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/28/e-dai-lamento-quer-que-eu-faca-o-que-diz-bolsonaro-sobre-mortes-por-coronavirus-no-brasil.ghtml. Acesso em: 18 ago 2022.

MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Trad. Renata Santini. São Paulo: n-1, 2018.

ROLNIK, Suely. Pensamento, corpo e devir: uma perspectiva ético/estético/política no trabalho acadêmico. Cadernos de subjetividade, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 241-251, 1993.

SANTIAGO, Raull. Simulação de entrevista coletiva para alunos do Laboratório de Comunicação Crítica na ECO/UFRJ. Rio de Janeiro: LECC-UFRJ, 26/01/2018.

SOUZA, Jessé. A elite do atraso: da escravidão à Lava Jato. Rio de Janeiro: Leya, 2017.
Publicado
11-04-2023
Como Citar
REIS VICENTE, E. “E daí?” A banalização da morte como uma herança bolsonarista. Aquila, v. 1, n. 28, p. 135-150, 11 abr. 2023.
Seção
Artigos de Temática Livre