“E daí?” A banalização da morte como uma herança bolsonarista

“So what?” The trivialization of death as a bolsonarist legacy

  • Eliézer Reis Vicente Universidade Estadual de Goiás
Palavras-chave: Biopolítica, Necropolítica, Banalização da morte, Bolsonarismo

Resumo

Marcados por uma forte recessão econômica em um contexto ainda pandêmico, expressa-se uma profunda desigualdade social existente no país, que tem explicitado um conjunto de diferentes tecnologias de poder que já se encontravam em exercício no Brasil e que foi fortemente autorizado pelo discurso sádico do presidente Jair Messias Bolsonaro, que também segue evidenciando deslocamentos no modo como a biopolítica, neoliberalismo e necropolítica se articulam entre nós. Um projeto político do Bolsonarismo, de um estado autoritário, que naturaliza o uso da força e da violência, instigando-nos a problematizações que utilizaremos das teorizações foucaultianas e da teoria de morte elucidada por Achile Mbembe com o objetivo de interrogar o(s) modo(s) como se estabelecem as relações entre a vida e morte na política brasileira, pois parece-nos que há uma autorização simbólica que matar é aceitável e que, de qualquer forma, um dia a morte chega. “E daí?”.

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Biografia do Autor

Eliézer Reis Vicente, Universidade Estadual de Goiás

Mestre em Educação, Linguagem e Tecnologias (PPG-IELT/UEG). Graduado em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal de Goiás (UFG/RC). Graduando em Pedagogia pelo Centro Universitário UniFatecie. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). E-mail: eliezervicentte@gmail.com

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Publicado
11-04-2023
Como Citar
REIS VICENTE, E. “E daí?” A banalização da morte como uma herança bolsonarista. Aquila, v. 1, n. 28, p. 135-150, 11 abr. 2023.
Seção
Artigos de Temática Livre