Violette leduc: a escrita como abordagem do real?
Programa de Mestrado e Doutorado em Psicanálise, Saúde e Sociedade (2022)
Palavras-chave:
Psicanálise, Literatura, Violette Leduc, Escrita, Real, Devastação, EnunciaçãoResumo
Considerando a articulação entre psicanálise e literatura, assim como a inspiração oriunda do bom encontro com a escritora Violette Leduc, tomei de empréstimo sua obra para ilustrar, referir, dialogar e defender que a escrita possa ser uma forma de abordagem do real e uma saída diante da devastação. O mundo descrito em A Asfixia, A Faminta, Ravages, é pleno de ruído e raiva, onde o amor traz o nome de ódio e a paixão de viver ganha a proporção dos gritos de desespero. A solidão é devastadora para a autora, sua saída é a escrita. “Sou um deserto que monologa”, uma frase endereçada a Beauvoir por Violette, permite pensar que a aridez com que constrói seu viver é terreno fértil para sua obra. Lacan falou sobre isso quando afirmou que um deserto passa a ser fecundado quando rebatizado. A escrita desta autora permite que o leitor revisite seus próprios desertos, suas terras fecundas, aqueles que a
nomearam, as palavras faltantes. Cada um dos homens, cada uma de suas aventuras, de suas intimidades, de suas loucuras. Dos fracassos às renúncias, da noite da infância à melancolia do alvorecer, da emoção de uma nuvem no céu à surpresa do
florescer, constituem-se vários livros, desejos incessantes de tecer. A tessitura do texto que a fez viver.
Acesso ao texto:
https://drive.google.com/file/d/1W7bYAkjauW7lvXMb9VF2B01o6r2QMfqC/view?usp=drive_link