Do ballet clássico ao contemporâneo: o sujeito da Psicanálise como espectador do bailar da falta
Programa de Mestrado e Doutorado em Psicanálise, Saúde e Sociedade (2022)
Palavras-chave:
Dança, Psicanálise, Pulsão Escópica, Angústia, Unheimlich, Pina BauschResumo
A presente tese visa estabelecer um diálogo entre a Psicanálise e a Dança, buscando analisar os efeitos que a dança clássica e, posteriormente, a dança moderna e contemporânea provocam no espectador. Para tanto, pesquisou-se as transformações sofridas por essa forma de manifestação artística ao longo da história da humanidade, investigando a contribuição do contexto sócio-político-cultural no advento de tais mudanças, aproximando-a, assim, da própria Psicanálise, também fruto de um período específico da história, nascida em uma Viena du fin-de-siècle, por meio de um sujeito determinado: Sigmund Freud. Busca-se, ainda, aprofundar o estudo das contribuições do modernismo para a dança, caminhando-se em direção ao nascimento do Tanzteather, com a coreógrafa alemã Pina Bausch, na tentativa de traçar uma hipótese psicanalítica para explicar os sentimentos despertados no público espectador por essa nova modalidade de dança, já tão próxima da performance do teatro. Intentando-se responder às perguntas que movem esta pesquisa, escolheu-se realizar um estudo, com bases psicanalíticas, a respeito do olhar e de sua pulsão
correspondente, a pulsão escópica, através da qual o espectador se vê preso na armadilha da obra de arte, pesquisando sobre o conceito de sublimação, sempre tão associado às artes, tal como formulado por Freud e desenvolvido por Lacan, indagando se este seria suficiente para ajudar a compreender essa estética revolucionária da dança moderna/contemporânea, que aponta para uma perspectiva da criação despida da ilusão do belo e da harmonia. Para concluir este estudo, analisa-se a questão da angústia e o sentimento de inquietante estranheza que é capaz de suscitá-la, tratado por Freud em sua obra Das Unheimlich, de 1919, onde
desenvolve uma verdadeira estética freudiana da estranheza, voltada para apreciação das “qualidades do sentir”, e que questiona uma estética clássica preocupada com o estudo do belo em detrimento do sublime.
Acesso ao texto:
https://drive.google.com/file/d/10BejLD8m-x5eE1uDgKclp4MdJTqfOT35/view?usp=drive_link