Um diálogo entre a política e a psicanálise: a dominação da alteridade
Programa de Mestrado e Doutorado em Psicanálise, Saúde e Sociedade (2022)
Palavras-chave:
dominação, alteridade, colonização, linguagem, Ideal-do-EuResumo
Enquanto as teorias políticas permanecem no nível da denúncia das estruturas de poder presentes na sociedade, a psicanálise logra em nos munir com ferramentas para pensá-las em sua origem. Também nos ajuda a compreender o porquê a dominação da alteridade é algo que se impõe de forma tão repetitiva ao longo da história da humanidade. Contudo, o que a psicanálise sabe que as teorias políticas desconhecem? O inconsciente, o narcisismo, a castração, a identificação, etc. São conceitos como esses que nos conduzirão a pensar que a matéria mais potente da dominação é linguageira e é através dela que a dominação se impõe e é constantemente reproduzida. A conjugação de elementos estruturais do psiquismo humano com elementos estruturais no social aponta para a existência de um circuito de ideais compartilhados socialmente e transmitidos por um discurso hegemônico. O discurso hegemônico é aquilo que há de mais acessível e, por sua vez, produzirá os elementos e ideais que a maioria dos sujeitos se agarrará, não apenas para ler a realidade a sua volta, como também para ser reconhecido
enquanto sujeito e parte da sociedade. Este discurso hegemônico é o mesmo discurso que justificou a colonização e que ainda justifica a submissão e o silenciamento de várias culturas e minorias políticas aos mesmíssimos ideais
europeus coloniais. A dominação da alteridade tão repetitiva na história moderna tem como principal vetor a linguagem colonial.
Acesso ao texto:
https://drive.google.com/file/d/1RjB3-haaPPLOEWVwjtemhjDGM3GjmuuU/view?usp=drive_link